Jim Morrison

“Se exponha a seu medo mais profundo; depois disso, o medo não tem mais força, e o medo da liberdade encolhe e desaparece. Você está livre.”

domingo, 28 de abril de 2013

Keep walking, Johnnie!





Estava esses dias fazendo um balanço dos últimos anos. Desde que eu cheguei nessa cidade, quanta coisa mudou na minha cabeça!
Cheguei aqui sem amigos, sem casa, sem grana, sem saber o que ia fazer da vida e, o pior, ainda era adolescente. Nunca tive o privilégio de poder errar, de ser irresponsável, de "chutar o pau da barraca" mesmo. Talvez por isso eu tenha tanta dificuldade de entender quem assim é ou foi. 
Mas voltando a mim....
Tive a sorte de conhecer pessoas tão maravilhosas que todas as coisas ruins se tornaram pequenas. Tive ao meu lado amigos tão fiéis que fica difícil encontrar palavras pra descrever o quanto cada um representa na minha vida.
Tive também amores e paixões, como todo ser humano. Essas pessoas estarão pra sempre na história da minha vida. Algumas positivamente, outras nem tanto; mas todas foram responsáveis por eu ser o que sou. Sim, somos muito mais consequências emocionais que ideias racionais (infelizmente, ou não, vai saber...).
Amei, amo e amarei muito, assim como a moça que não era Capitu do Caio. Não tenho medo de viver ou de sofrer, porque pensando em tudo que vivi, cheguei a conclusão de que tudo valeu muito a pena ser vivido. 
No fim, somos isso. Somos o que vimos, o que amamos, o que sonhamos, o que perdemos e o que ganhamos. E eu sei que sempre será pouco pra tudo o que desejamos. Nem sempre realizamos nossos desejos. Não sei se isso é destino ou acaso; o que sei é que tem coisas que não podemos modificar, temos que aceitar, saber entender que nossas escolhas tem consequências - que nem sempre são boas. 
Eu estou aqui tentando aceitar as minhas....e continuar.


Emanuella Saraiva

quarta-feira, 20 de março de 2013

Um verso doce e amargo

Um verso doce e amargo
De uma lágrima quente
Que vem do fim.
Não é o fim do amor,
Mas de uma parte dele.
Parte que nos separa.
Parte que nos separou.
Uma constatação estarrecedora
De uma dura verdade:
A verdade nos liberta,
Mas ela não vem de graça.
Anda junto à liberdade,
O peso dos corações
Que se acham perdidos.
Eis o grande e traiçoeiro desconhecido: o amor.


Emanuella Saraiva

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Nada

Mergulhando fundo...
O que vejo?
Nada!
É tudo tão denso, tão escuro...
Não ando, não nado, não respiro
Sou nada.
Sinto o nada.
E como eu imaginaria que o nada era, assim, tanta coisa?
Tudo junto vira nada.
E, quem me dera fosse uma crise da idade
Não...
É a crise da minha consciência que me sufoca...
e nada....

Emanuella Saraiva

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

A headbanger is bigger than his hair!






Sempre fui rock. Nunca fui mpb, bossa ou soul.
Talvez por isso, eu seja assim teimosa, firme, dura.
Sabe uma coisa interessante do rock?
O rock é calmo apesar de pesado
O rock é crítico apesar de largado
O rock pensa apesar do grito
O rock ama apesar da solidão
Às vezes eu vejo o mundo um lixo, mas lá no grito ele fica leve.
A vida é como um pulsar de pedaleiras duplas que segue freneticamente para, de repente,
Intercalar-se com a pausa de solo calmo de guitarra
Como se o dia fosse uma espécie de "master of puppets" em loop.
E quando o mundo pesa: "Fuck you, I won't do what you tell me"

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Aquele livro de Julho

No livro de nós dois, uma história rabiscada, variada entre pontos finais e reticências.
Seria esse o fim, meu bem?
Ou será mais um adeus interrompido? 
Ninguém ousará falar.
Seus olhos me dilaceram no presente e passado
Com uma opacidade profunda que esconde um brilho misterioso
Encontrado apenas no "olhar cruel de quem sabe o que quer"
Mas que não tem forças pra lutar.
Tuas palavras escondem um jogo letal
Um paradoxo ternura-angústia capaz de paralisar uma pessoa por inteiro.
Teu rosto é de uma perfeição psicótica, o tipo intangível, irreal.
O que escondes, meu bem? 
Onde está o teu punhal afiado e certeiro?
Tão certo quanto o Sol do dia é tua angústia da noite,
Tendo como tradução do teu ser um dia nublado, onde paira a incerteza da chuva. 
Tuas nuvens são carregadas e escuras, que podem, em seus movimentos,
Trazer tanto os raios que destroem, como a sombra que refresca e acalma.
E tanto tempo depois me pergunto: Quem é Você?
E ainda tenho o silêncio como maior resposta,
Mas não dentro de mim.




Emanuella Saraiva

domingo, 22 de abril de 2012

Onde está você, meu amigo?


O que nos afasta é o que nos prende,
O passado dá voltas em nossos olhos
E o silêncio teima em ser mais forte do que nós dois.
E no teu peito sei que bate também a força das palavras mudas,
As palavras que vociferam por dentro
Que, talvez, remoem mágoas
Mas, entenda, tudo isso são águas passadas que não voltam mais.
O tempo que passou já imprimiu a sua história,
Já deixou seu rastro, suas memórias.
Fomos ou nos deixamos ser tão brutalmente separados
Que não nos restou nem o agrado de nossas presenças?
Eu me pergunto quando, meu amigo?
Quanto tempo ainda existe de distância a ser vencido?
Lembre-se, os cacos são ainda vidro.

Emanuella Saraiva

domingo, 1 de abril de 2012

À beleza verdadeira


Vida...
Apenas vivê-la
Esse é o preceito mais simples de todos

Tornar-se o que se é!
Eis algo simples,
Apenas sê-lo!

Por que impedirmos o curso das águas?
Complicar o descomplicado?
Onde começa esse emaranhado de nós aos quais estamos atados?

Não me impeçam de sentir
Não me peçam para não ir
Sou a minha bela. Sou o meu caminho.
Sou um pouco de mim em cada um que amo.

Aos amigos, ao amor, às ideias
A tudo pelo qual não valeria viver sem,
À vida e ao tempo, mestres da sabedoria,
Guardiões da verdade e de cada um de nós;
A tudo que me tornou o que sou,
Obrigada.

Emanuella Saraiva