Jim Morrison

“Se exponha a seu medo mais profundo; depois disso, o medo não tem mais força, e o medo da liberdade encolhe e desaparece. Você está livre.”

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Aquele livro de Julho

No livro de nós dois, uma história rabiscada, variada entre pontos finais e reticências.
Seria esse o fim, meu bem?
Ou será mais um adeus interrompido? 
Ninguém ousará falar.
Seus olhos me dilaceram no presente e passado
Com uma opacidade profunda que esconde um brilho misterioso
Encontrado apenas no "olhar cruel de quem sabe o que quer"
Mas que não tem forças pra lutar.
Tuas palavras escondem um jogo letal
Um paradoxo ternura-angústia capaz de paralisar uma pessoa por inteiro.
Teu rosto é de uma perfeição psicótica, o tipo intangível, irreal.
O que escondes, meu bem? 
Onde está o teu punhal afiado e certeiro?
Tão certo quanto o Sol do dia é tua angústia da noite,
Tendo como tradução do teu ser um dia nublado, onde paira a incerteza da chuva. 
Tuas nuvens são carregadas e escuras, que podem, em seus movimentos,
Trazer tanto os raios que destroem, como a sombra que refresca e acalma.
E tanto tempo depois me pergunto: Quem é Você?
E ainda tenho o silêncio como maior resposta,
Mas não dentro de mim.




Emanuella Saraiva