Se eu pudesse dar um conselho às pessoas seria esse: esvazie-se.
Dispe-se de suas dúvidas. Aceite o imutável. Conviva com o que se é.
Pare por algumas horas para esvaziar.
Pode ser em frente ao mar, na janela de casa, na varanda do apartamento.
Esvazie-se.
Não pensar em nada por algumas horas ajuda a pensar muito melhor na hora certa de decidir.
Ficar se perguntando o quê dos quais não vai mudar nada. São só os seus sentimentos querendo enganar sua razão.
A razão sabe. A razão entende.
Não que eu seja contra os sentimentos ou quaisquer coisas correlatas a eles.
Mas cá entre nós, sempre sabemos a resposta das coisas.
Apenas usamos a desculpa do querer entender para prolongar um sentimento, que, na maioria das vezes, não deveria ser prolongado.
Falo isso por experiência própria; por histórias impróprias.
Não saber o que quer é pura mentira. A gente sabe, sim. Apenas usamos o "não saber" para esconder que fizemos escolhas erradas. Que insistimos no caminho errado.
E a razão sabe.
Não deixe que seus sentimentos gritem tão alto ao ponto de emudecer sua razão.
Esvazie-se, meu caro.
Dê tempo para seu corpo se acalmar, sua mente aceitar.
Esvazie-se...em doses não paleativas.
Emanuella Saraiva
2 comentários:
parabéns, doida, texto muito bom mesmo.
só não concordo com sempre sabermos o que queremos, porque dificilmente apenas se quer algo, tem sempre um não querer e um querer outras coisas simultâneos, e o que se chama vontade é a prevalencia de uma(s) das 'forças', sem que nenhuma delas necessariamente suma ou enfraqueça - além do que, como também disse nietzsche, as vontades são ondas... vem, quebram, voltam, vem denovo... saber qual delas prevalece não é fácil, no fim acho que é mais uma questão de decidir do que de saber - mas esvaziemos mesmo, inclsive as garrafas o/
Também acho que 'não saber' é sintoma de saber que se está fazendo errado mas querer insistir. É não querer ver. Mas não acho que se esvazia assim de única sessão, numa pausa para o café ou só contemplando o mar. Cuidado com a descompressão! rs
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